Perguntaram-me porque escrevo
Perguntaram-me para que escrevo
Eu lhes pergunto para que vives?
Perguntaram-me o que é uma poesia
A diferença entre a noite e o dia
O mar, a areia em meus cabelos
O cigarro, o perfume e a embriaguez
E indago-me ainda mais uma vez
Não se engasgas com tantos porquês?
E como besta jocosa que sou
Sem necessitar em nada me explicar
Vou contar-lhes o que penso
Sobre tudo o que pensas precisar delimitar
O mar é agua, a areia não
O dia é luz, a noite escuridão
O cigarro e o meu perfume
Ambos são para lhe embriagar
E os cabelos onde ficam?
Bem, dos meus cachos há quem cuidar
Mas a poesia? Essa que ah...
Poesias são letras que não se pode educar
São tentativas desesperadas
De desobstruir as vias respiratórias
Deste meu ser literário
Em constante conflito emocional
Ocasionado por motivos vários
Desde os mais nobres como o amor e o ódio
Até os mais banais como o amor e o ódio
E tenho impressão tal
Que tentando aliviar
O trânsito de sentidos
Digo coisas que não digo
E digo coisas que nunca direi
Escrevo além do permitido
E se compreendes o que digo
Não voltarás a perguntar
Mas se caso pergunte
Muito por muito escutará
Que poesia é amor caligrafado.
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