domingo, 27 de fevereiro de 2011

Coração aventureiro


Espírito inquieto, curioso, furioso...
O pulsar de um coração aventureiro
É desencadeado pelo cheiro gasoso
Que anuncia uma nova viagem
Pela areia teimosa que gruda no cabelo
Pela água cristalina que reflete um sorriso
Pelo sol que nasce e se põe, nasce e se põe
Pela terra que guarda uma assinatura descuidada
Pelo vento que despenteia, mas refresca a pele
É canto de passarinho, que não se resume
A solidão de uma gaiola
É canto de passarinho, que mesmo preso
Canta, encanta e desmanda
É canto de passarinho
Que precisa estar em todos os mundos
Tudo ao mesmo tempo
É canto de passarinho
Que ecoa nos lugares mais belos
Espantando a solidão...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sexo, Bossa Nova e Chocolate...

Que se danem as minhas poesias infantis
Mas não as critiquem, são minhas e não suas
Que se danem as regras de qualquer sorte
Tenho capacidade de lapidar meus próprios limites
Que se danem as notas vermelhas no meu boletim
O meu conhecimento não deposito em papéis
Não é revolta, é só um grito, um pedido
Eu peço tanto que me deixem em paz
Eu só preciso de música e um pouco mais de sol
Veja só o mar, tem ondas e sujeira
Veja a areia da praia, tem conchas e sujeira
Não me peça para abaixar o volume
Eu não me meto em suas leis
Não me diga o que comer, pois ainda assim comerei
Eu quero é paz, eu quero é mais
Olha só a minha boca, tenho um belo sorriso
Nos bolsos levo figuras e algum dinheiro
Não me ordene, não me impeça, não me xingue
Não incomodo, sou bicho de poucas palavras
Eu quero é musica, quero açúcar, quero amor
Eu quero sexo, bossa nova e chocolate
E quando às seis da tarde eu parar pra ver o sol
Respeite-o
Deixe-o ir embora sem incomodá-lo
Para que ele volte amanhã.

Achismos...


Acho que acharam que eu achei que estavam achando que eu não achava nada sobre nada nem ninguém.
Mas a verdade, a minha verdade, é que eu acho que acham que sou louca.
Uma metade acha isso.
A outra não acha nada.
Mas a verdade ( e essa é verdadeiramente minha) é que eu acho que naõ acho nada.
Sinceramente não vim ao mundo para especular nada a respeito das coisas.
Não tenho mesmo que achar nada até porque nunca estive procurando por coisa alguma.
Posso refletir, duvidar, questionar, mas se for pra achar que seja ouro.
E para quem continua achando que eu acho que sei o que acham de mim estão enganados.
Sobre mim eu só tenho certezas, sobre os outros eu tenho dúvidas e sobre a vida, esperança de que um dia ninguém ache porra nenhuma, mas que nunca deixem de procurar.


O que tenho nos olhos...


Eu tenho nos olhos o brilho das luas
Que não é um brilho próprio
Mas que é encantador
Olhos dengosos que demonstram que querem algo
Olhos dengosos que falam de amor
Olhos dengosos que riem e que choram
Olhos sem vontade própria
Olhos coloridos que passeiam tímidos
E desde quando preto é cor?
Olhos negros, impenetráveis
Que figuram dureza
Mas que de tanta beleza
Enganam e enganam bem
São olhos fortes, olhos frágeis
Que entre sorrisos amáveis
Denunciam quem é quem
São olhos solitários
Que imitam o orvalho
Deixam a água brotar
São olhos covardes
Que teem simplesmte
Vontade de chorar
Mas o que tenho nos olhos
É a imagen de um bem
Projetada na íris por reflexos da mente
Da mente e do coração
Esse brilho fajuto
Que mais me parece luto
Nada mais é que uma triste expressão
São lágrimas,pérolas de lágrimas
Lágrimas absurdas
De uma antiga paixão...

Isso não é uma poesia...


E talvez você não entenda
Mas eu não encontro outra forma de dizer
Só sei que isso não se explica
E por vezes nem eu consigo entender
Manifesta-se de tal forma
Que me eleva a outra dimensão
Não é ansia, nem amor, nem desejo
Nem euforia, nem displincência, nem paixão
Eu defino como amizade
Mas acho que não tenho razão
Uma bolinha de chocolate não tem muito sentido
Mas palavras soltas ao pé do ouvido
Dão um outro rumo ao que vejo na tela
Esqueço tudo que me cerca e me cerco desse brilho
Seu cabelo acariciando meu rosto
Me parece um afago louco
De quem não sabe sequer o que dizer
E o tempo que parece parado
Me engana como se fosse fácil
Fácil mesmo;é não me entender
Porque as vezes
Num silêncio profundo
Eu mergulho fundo,tão fundo
Que acho que não terá mais volta
Daí a pouco nossa mão se solta
E...putz! ainda estamos aqui
E se minha mão percorre teu peito
Com o ouvido não escuto direito
Só com a mão consigo ouvir
Esse bater acelerado...
E tudo parece-me errado
E tudo parece-me normal!
O que sei de fato
É que, medindo meus passos
Não chego a lugar algum
E o negro que surge agora
Nos avisa que, embora
A noite ainda esteja incompleta
A nossa rotina se encerra
Com o abraço final
Tudo volta ao normal
E sempre que você me esquece
Meu lado criança enlouquece
Porque tendo sempre o que preciso
Começo a pensar que preciso do que não tenho
Pois sendo mais difícil o caminho
Mais incerta é a chegada
E agindo como se não soubessemos de nada
Somos como crianças que não sabem perder
E sem saber o que irá acontecer
Esperamos que aconteça logo
E, se lhe digo que choro
Me perdoe se sem querer
Alguma vez nessa vida
Eu cobrei de você
Algo que não vi em seus olhos!

Uma nova primavera

E num outono lhe conheci
No começo nada senti
Nada mais que uma ternura
Comum e indiferente
Mas o que tem que acontecer
Acontece sem querer
Sei que querendo ou não
Aprendi a amar você
Durante o inverno
Meu coração permaneceu frio
Afinal de contas ainda estava vazio
Esse amor chegou mais tarde
Em meio a uma tempestade
De sentimentos difusos
E meu coração ainda confuso
Entregou-se a você
E por toda a primavera
Ele sonha e te espera
Um coração travesso
Que sequer sabe o que faz
Mas o verão chegou
A distância os separou
E um olhar triste
Expus em meu rosto
Me entreguei com tanto gosto
E tanta falta você faz
Tentei esquecer-te
E não consegui jamais
E tanto tempo mergulhei em solidão
Dei passos falsos, confusos, difusos
E seu cheiro não saiu de mim
Sua boca ainda me beija
E tudo que ela desja
É dizer-me gracejos pueris
Mas acontece que agora
Depois de um longo outono
E um frio e solitário inverno
Uma nova primavera espero
E quiçá uma ainda mais florida
Ela chegou enfim
Trouxe você novamente pra mim
Só assim meu coração sossegou
Noites lindas,dias intensos
E esse amor que parece não ter fim
Você me agarra, me beija, maltrata
Sabe que me tem nas mãos
Agora que te possuo
Já não quero mais não
Não é mero capricho
É só desilusão
Esperei-a por tanto tempo
Agora que ela chegou
So queria que não tivesse trazido você
Assim tão mudado
E o amor que te dedico
Guardarei em minh'alma
Até que você retorne
Ao que um dia você foi
E por toda a primavera
Ele sonha e te espera
Meu coração só se fortaleceu
E todo esse amor que você me dedica
Já não quero para essa vida
E quiçá para outras mais
E durante a primavera
Permanecerei sozinha
Me perdoe se não compreendo
Seu novo eu, se prefiro o velho
Esperarei o quanto puder
E por pior que possa parecer
...
Eu prefiro o inverno!


Um amor inventado...

Pintamos um belo quadro
Mas a tinta secou e não e fizemos os retoques
Tinha tudo pra ser a mais bela obra de arte
Mas agora é só mais uma pintura entre tantas outras
Doce ilusão da artista
É ver sua obra encarnada
Falando, cantando e sorrindo
Qual magia é capaz de tal proeza?
Se o que pintas exprime tanta beleza
Como podes estar assim tão triste?
Pintastes palavras tão loucas
Pintamos estrelas no mar
Tecemos o nosso próprio mundo
Plantamos o nosso próprio jardim
Promessas antigas que nunca cumpri
Descobri que rosas vivem no mar
Quiçá até no céu
Quando se apaixonam pelas estrelas
Enchestes meu mundo de cores
De sons, aromas e sabores
Os mais doces dentre os quais já sonhei
E o que parecia confuso
Tornou-se simples e claro
E todos os sorrisos lhe trago
E novas promessas que não cumprirei
De todos os amores que colori nas palavras
Este será o mais amargo
Sendo mais intenso que um raio
Exige do meu coração
Mais do que ele pode suportar
Está em minha mente
Em todo meu corpo
Ocupa toda a tela
Se me arrancarem uma pétala
Ao invés de sangue
Escorrerá amor
O que acontece com nossa razão
Quando almejamos ser amados
O que acontece com nosso coração
Quando estamos enamorados
É uma dessas perguntas sem respostas
E tudo na vida me mostra
Que fazes de mim o que bem quer
Já faz tanto tempo
A tinta secou
O tom esmaeceu
E desse amor inventado
Apenas esta pintura ficou
Aquela que era bela
Aquela que pintamos
E quão era belo aquele olhar
E quão eram importantes aquelas flores
E tanta falta a razão me faz
Ela partiu
De mãos dadas com suas palavras
Foi então que descobri
Que tinha perdido meus espinhos
Ingênua saudade
O que houve na verdade
É que a magia se perdeu pelo caminho...

Dar-te-ei um buquê

Dar-te-ei um buquê
Com onze rosas vermelhas
Onze rosas somente
Porque treze não formam um buquê


Dar-te-ei doze rosas
Todas elas bem lindas
Vistosas e perfumadas
Para que pertençam tão somente a você


Onze delas murcharão
Algum tempo depois
Mas a décima segunda sorrirá eternamente


Dar-te-ei um buquê
Sou rosa bela pequenina
Em outras palavras... Dar-me-ei a você.

Luz de velas

Ela escorre em minha face
Um fino fio de lágrima
Expressão da mais profunda dor
Sentimento tão lindo
Tenho em meu peito
Amo-o de tal maneira
Que esqueço
Que já me machuquei assim
Estou vulnerável outra vez
E quando eu penso que esqueci
Sua voz me acorda pela manhã
Afaga os meus sentidos
E corro todos os riscos
Só para não te esquecer

Relatos de uma estudante

Eu sei que tudo tem que parecer claro
E que pra ser aceito tem que ser "lindo"
O que é lindo na verdade nem sei
Simplesmente escrevo o que me vem surgindo
Não escrevo tudo, é bem verdade
Mas escrevo sempre o que me é lícito
O que me é lícito julgo conviniente
Então me dizes o que queres ler e escreverei em parte
O que posso dizer-te na verdade
É que estou aprendendo a escrever certo,
Só pra poder escrever o mais errado possível...

Princípio do encaixe perfeito dos corpos

A vibração que senti naquele momento
Foi algo incomum que surgiu de dentro
Simetria de sentimentos
Que a muito conheci
Encaixe perfeito
Perfeita harmonia
Reencontro ao ermo
Me apertou contra o peito
E o tempo parou
Um abraço apertado
Tão longo quanto meus cachos
Longo, tão longo
E coube no breve espaço de um olhar
Agora que estou longe
Mas não tão distante
Me pus a pensar
De onde vem tamanha coesão
São corpos distintos
Tamanhos desiguais
E de tão diferentes
Parecem irreais
Mas eu tenho uma explicação
Pois esse sentimento tão bobo
Tão nobre, tão louco
Que ocupa nossas mentes
Nos torna tão diferentes
E ao mesmo tempo tão iguais
Que quando nossos corpos
Se encontram teimosos
Tomam uma única forma
Se unem, se completam
E quando estou em seus braços
Nada vejo ao redor
Você enlaça-me com carinho
Você abraça-me com jeitinho
E os segundos que somos um
Tornam-se séculos imortais
Que não saíram da memória
Não sairão jamais
E não sei se convenço
Disse tudo que penso
E não sei se compreenderás
No mais só vivenciando
Eu aqui continuo pairando
Nos braços de uma bela voz
E quando novamente eu o encontrar
Novamente irei questionar
Por que esse encaixe perfeito?
Os abraços revelam muito de si
Só não convencem mais que o beijo...

Palavras

Não existe um poema igual ao outro
Assim como não existe outra canção
Existem poemas semelhantes
Frutos de uma mesma inspiração
São palavras únicas
Que emergem do coração
Fizeram-me um poema
De outro poema irmão
Semelhanças, coincidências
Palavras cúmplices de um amor
Devoram minha razão
Enganam meu coração
Quem nunca se apaixonou?
Toda palavra é traiçoeira
Tendo mil significados
Enganam nossos sentidos
Sussurros não são gemidos
E elas convencem que são
Sussurraste em meu ouvido
A mais nova antiga canção
Não procure me entender
Não procure me prender
Apenas me ame
Apenas me ame
E toda palavra proferida
Mostrará que nessa vida
Outro amor não tenho não
E sendo tão perigosas
Certeiras ou duvidosas
As palavras são guardiãs
Me trouxeram até você
Não me pergunte, não sei dizer
Palavras, são só palavras...
Não são o que parecem ser
São fadas travessas
Confundem nossas cabeças
E querem explicação
Luto contra seus efeitos
Mas elas me derrotam
Mas elas me interrogam
Denunciam essa paixão...

Quero meu pedaço de volta

Nessa boca pequenina
Encontrastes doces palavras
Neste corpo sinuoso
Penetrastes surdamente
Sei que sabes
Sei que sentes
Não precisa nada dizer
Nossos corpos em sintonia
Doce aroma
Triste melodia
E o sol vai se escondendo no horizonte
Palavras, lindas palavras
Beijos, doce como o mel
E novamente me vejo em seus braços
Nos braços de uma bela voz
Desço dos céus
Ai que saudade dos anjos
Hora de ir, a lua chegou
Flores envolvem meu corpo
Você me olha meio bobo
Eu só consigo sorrir
Longos cachos
Pendem ao longo de mim
Aroma ainda mais doce
Melodia ainda mais triste
As flores me encobrem
Mas seus olhos insistem
Querem ainda me despir
Fecho os olhos
Ouço sussurros
E quando me sinto
Me vejo descubro
Que falta um pedaço de mim
Vou acabar enlouquecendo
Nessa boca pequenina
Onde passeias faminto
Nesse corpo sinuoso onde segues sem destino
Deixastes suas marcas
Deixastes seus vestígios
Levastes um pedaço de lábios
Levastes muito mais que isso
E a lua ainda clama por mim
Preciso ir-me
Preciso partir
Gotas de chuva cintilam no vento
Deixarei lembranças
Doce acalento
Estrelas me guiaram
Mas porque não devolves o que levastes de mim?
Pedaço de sonho
Pedaço de meu ser
Pedaço de um amor
Pedaço de um viver
Quero meu pedaço de volta
Sei que só existe uma porta
Tranquei-a não quero sair
Irremediavelmente nos pertencemos
Também tirei algo de ti
Caminharemos sempre na mesma estrada
Num jogo de tudo e nada
Onde não temos o que perder
Estrelas me guiaram
Devolva meus sonhos
Devolva meus olhos
Devolva minha boca
Devolva meu ser
Devolva minha saudade
Devolva minha liberdade
Devolva meu coração
Descubra minhas verdades
Devolva minha saudade
Que devolvo sua razão!

Um anjo chamado saudade

Tudo que chega
Um dia tem que partir
Mas quando nossos amores partem
Não nos deixam sozinhas
Deixam em nossa companhia
Um anjo chamado Saudade
Muito amigo da solidão
Ele enche meu coração
De lembranças e suspiros
E a noite quando a lua
Solitária no céu cintila
Meus pensamentos tentam ainda
Me levar ate você
E não dá pra esquece
Sua imagem se faz constante
Vontade de estar onde não estou
Vontade de ter como entes
Sua real presença
Seus braços em volta de mim
Seus lábios em meus lábios
Sua mão em minha mão
Mas não é tão triste quanto parece
Pois quando agente logo esquece
É sinal de que não valeu à pena
E quando as lembranças são plenas
É sinal que ficou algo de bom
Me faz bem a companhia
Desse anjo chamado Saudade
Pois ele me lembra você
Pois ele me fala em você
Pois ele me esconde a verdade
E tenho a vaga impressão
Que não estás em outra parte
Além de dentro de mim.

Rosa, menina flor

Toda rosa é menina
Bela flor
Rosa formosa
Que anseia cuidados
Aprendas que nesta vida
Se de amor precisas
Sofrerás sem teus amparos
Gentil jardineiro, amai-a...
Toda rosa é pequenina
Guarda em suas pétalas
Todos os segredos do amor
Espalha pela terra inteira
Seu doce aroma de flor
Majestosa rainha
Que reina entre todas as flores
Dentre todas elas
És a bela mais bela
Seus espinhos são palavras
Palavras mal proferidas
Achastes para esta vida
Um novo e cruel amor
Seu sorriso nunca foi tão belo
Seu olhar nunca tão sincero
E seu coração nunca tão triste
Crescerás sozinha agora
O jardineiro foi-se embora
Não terás quem a regue mais
Sua face tão rosada
Agora parece-me rosa pálida
Esmaecida como o limiar da manhã
Seu perfume ele já não sente
Seu cálido aroma já não o enlouquece mais
Crescerás sozinha agora
E não multiplicarás
Bela rosa
Linda e formosa
Te peço que não morrais
Compreendo que estás sozinha
Compreendo que a solidão te devora
Renasce com a aurora
Alegra teu coração
Espalha seu perfume pela terra
Inspira uma nova canção
E seu róseo sorriso
Espelha nas águas dos rios
Para que de muito longe
Ele a possa ver
Todos os amores partem
Os que ficam, um dia deixam de ser amor
Rosa pequenina
Estendo-lhe a mão
Não ficarás sozinha nesse imenso jardim
Cuidarei de ti enquanto puder
Um jardineiro partiu
Uma poetisa sorriu
Ela te admira
Entende seu coração
Que se fechem as feridas
Por que sei que nesta vida
Outros amores virão
Toda rosa é menina...

A menina dos olhos verdes

Outra metade de mim
Brilho do meu luar
Olhos verdes que me encantam
Olhos verdes como o mar
Olhos indefinidos
Como o vento que tudo leva
E seu sorriso lhe entrega
Cintila ao me ver
E quando estás ao meu lado
A canção fica ainda mais bela
O poema nunca se encerra
E o tempo passa tímido
Mal o percebemos
As rosas do meu jardim
Alegram-se ao te ver
Exalam seu doce aroma
Para presentear você
E desde sempre a conheço
E desde sempre a sonhar
Com esse lindo sorriso
Com esses olhos cor do mar
E se alguém me contasse
Certamente não iria acreditar
Que existe um anjo na terra
Que ama um anjo do mar
Criatura divina
Minha melhor amiga
Perfeita ao meu olhar
E quando sinto saudades
Desse meu amor maior
E quando desejo ir vê-lo
E não posso lá chegar
E quando sinto saudade
Das ondas a marulhar
Mergulho no mar de liras
Que se encerra no seu olhar!

O que não se pode esconder

Teu sorriso me intriga
Eu não consigo entender
Seu olhar não disfarça
E você não vê
Que todo mundo sabe do seu coração
Está apaixonado
Quer sua atenção
E toda vez que a olha
Esse mesmo sorriso
Você tenta esconder
Eu já sei o que acontece
Todos sabem, você não vê?
Está apaixonado
Pela menina do sorriso tímido
Eu a vejo com ela
São amigos tão íntimos
De onde vem essa ligação?
Penso que de outras vidas
Amantes de longa data
Romance secular
E seus olhos fazem promessas
Sei que onde o mar termina
É onde o céu começa
E de maneira complexa
Vocês se completam assim
Essa distância que os separa
É o elo que os une
Contraditoriamente impune
Ela faz o que quer de ti
E não há porque negar
Um dia terás que falar
Ela sabe dos seus sentimentos
Sabe e vai te esperar
Só não demore muito tempo
Porque os dias tornaram-se longos
E suas mãos pequeninas
Ela lhe estenderá
Porque existem coisas na vida
Que não precisam se falar
E você não consegue entender
E você não consegue esconder
Que por ela vive a suspirar
E todo amor que você lhe dedica
Ela corresponderá
Porque o que não consegues dizer
Transparece no seu olhar...

Ab aeterno

Como a lua e a noite
Que não são belas só por si
Que precisam uma da outra
Para a magia existir
Como musica e poesia
Que se unem e se completam
Como a água e a sede
Como o rio e os peixes
Que nas águas se encerram
Somos seres indissociáveis
Não há amizade mais bela
Feita de amores e sonhos
Alegrias eternas
E desde quando a conheço?
Desde a eternidade
Ab aeterno
Ab aeterno
E se eu não tivesse juízo
E se eu não tivesse uma vida
Ainda assim teria tudo que preciso
Desde que tivesse você
E toda minha história
Foi escrita nas páginas da sua vida
E todas as aventuras
E todas as travessuras
Permanecerão em nossas memórias
Estou apenas reescrevendo a história
Que o poeta maior escreveu para nós
A todos os instantes
Alegrias constantes
E até mesmo minha tristeza
É menos triste com você
Não tenho respostas
Então não me faça perguntas
O importante é que estamos sempre juntas
Da aurora ao anoitecer
Porque ela é meu anjo
E eu sou sua vidinha
Viemos de um mesmo lugar
E tudo está interligado
Nossos caminhos entrelaçados
Uma união singular
Eu sei e você sabe
Que o que da vida nos cabe
Será sempre suficiente
Se estivermos aqui
Eu nos seus pensamentos
Ela dentro de mim
E desde quando a conheço?
Ab aeterno
Ab aeterno
E não sei se consigo sozinha
Não vejo vida sem ela
Pois estamos unidas
Desde muitas primaveras
Se algum dia fores embora
Me avisa entes de ir
Partirei momentos antes
Para que nunca tenha que viver sem ti
Porque não agüentaria
Porque não conseguiria
Levarias meu pedaço maior
Levarias meu coração
E quando toca a nossa canção
Sempre lembro das horas felizes
Dos velhos amigos
Das festas, dos risos
Recordar é viver
E que nunca haja uma despedida
Pois se um dia estiveres de partida
Me levarás junto a você
E se houver um desencontro
Junte toda tristeza que eu deixar
Junte toda coragem que tens
Respire fundo e vá me buscar
Porque certamente
Me perdi pelo caminho
Amor de uma vida inteira
E desde quando a conheço?
Ab aeterno
Ab aeterno
Do limiar de sua vida
Como luz e sombra
Como amor e saudade
Somos seres indissociáveis
Desde a eternidade...

Excentricidades

E porque só ele me escuta,
Eu nunca sou escutada,
E porque só ele me entende,
Eu nunca sou entendida,
E porque ele não existe?
Caprichos de toda uma

                                  vida...

Nostalgia

As vezes deitada começo a pensar
Começo a lembrar dos bons tempos
Dos velhos tempos em que me perdia
Me perdia em suas palavras não ditas
Tenho saudade das noites não durmidas
E dos sussurros abafados dos dias quentes