sábado, 31 de agosto de 2013
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Fui a Recife
Não
sei você, mas semana passada, eu estava em Recife. Fui , fui mesmo, e voltei
cheia de histórias para contar. A gente pensa as vezes que a nossa vida é ruim
até encontrar um miserável que não sabe nada da vida, mas se acha o bonzão,
coitado. A gente pensa que não ter dinheiro é ruim, daí descobre que não ter
amigos é bem pior, sorte. Pensa que só devemos conta da nossa vida a nós mesmos daí descobre que até em “Ricifi” tem gente cuidando da vida alheia ao invés da
própria, cômico. Mas deixemos os fatos e vamos aos “causos”.
Foi
nas areias da Boa Viagem que eu descobri que italiano é doce, mas não é mole
não, que “Recificense” gosta de dizer: cuidado com o tubarão “as menina de
fora”, que Várzea é a mesma coisa que CDU e que mais vale uma cerveja quente
que um tubarão sem dente.
Foi
nas vielas de Olinda, que eu vi as minhas lindas sorrindo amarelo, pensando na
subida da ladeira. Veio um velhinho sorridente, cantando os meus dentes, me
enchendo a moral, pensando em qual, qual nota eu daria. E veio a poesia,
caminhando ao meu lado, flutuando, marolando, verdejando, enfeitando aquela
vista, aquela maravilhosa situação para se construir uma vila. Ainda em Olinda,
a fome apertou, e uma placa anunciou um bife do tamanho de uma mesa, comi. Ainda
curiosa com a história do lugar, comecei a perguntar como fazer, como chegar ao
zero, marcado início. Fui. Um amigo de ninguém, chegou meio zém, espreitando,
curiando, perguntando, oferecendo, orientando, sorrindo, desconfiando,
amizadiando, atravessando, fotografando, anotando, agradecendo, se oferecendo,
se despedindo e sumindo. Oh linda cidade, voltamos. Uma ponte de volta, uma
volta, outra volta, eita cidade grande. Um mestre, outro mestre, gente, muita
gente, nossa quanta ciência.
Acorda.
Está frio, mas o dia vai ser Bonito. Adianta para não perder a hora, meus
dentes, seus dentes, a padaria não, demora. Que viagem, outra viagem, mais uma
viagem e um ameríndio oferecendo prendas que não queremos. Outra viagem e um
velho, um sorriso, uma história, uma foto, mais sorrisos e uma fome de leão. Um
estranho, novo velho conhecido, amarrando os sonhos, pendurando-os, são os
sonhos mais bonitos que já vi. Uma viagem, um banho, uma foto, uma carreira,
outra carreira, outra foto, um sorriso, um abraço, um neném chegando. Uma
ligação, um alívio, uma promessa, mais fotos, despedidas e viagens. Acorda "cara de touro", a viagem nem começou. Um
céu negro, lua, estrelas, chegadas e mais viagens, deixa de "bezerra" mulher.
Dia
lindo, despedidas à vista, reencontros desagradáveis, um sorriso, um acerto,
ganhei. Olha lá, olha ela, falando sobre o que faz. Olha a fome, maldita fome,
olha o garçom, olha a foto, olha o almoço, olha, olha. Tem inhame e inhame
come. Tem calça jeans, tem fio dental, tem cascão, tem gente chique, tem
ciência, tem língua, tem gente rica (há controvérsias), gente pobre, gente e
mais gente. Tem gente curiando, pulando na piscina, gente se amando, gente com
saudade de casa, gente com a barriga grande, gente recém-curada de virose, aqui
tem gente, mas nem tanto assim. Tem violão, tem canção, tem saudade na padaria,
tem festa todo dia porque tem gente da Bahia, tem moço, tem sim, aqui está
cheio de baianinhas e uns baianinhos para equilibrar. Tem atraso, tem cansaço,
tem stress, tem saudade, tem cantoria, tem bagagem.
Eu
fui a Recife, e voltei com a cachola cheinha de histórias.
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