sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Eco

Tem dias que o vento
Passa criando tormento
E só n'outro dia entendemos
Que tudo foi motivado

Não é o tal do dejavú
É um tal de eco, eco, eco
Que a vida tem dessas coisas
Que parece repeteco, eco

Mas a verdade que rezo
É que precisamos entender
Que tudo que se põe a fazer
Ecoa por tempos, tempos

Como uma voz que voa, voa
Na memória das pessoas, voa
Voa e volta, voa, voa, voa
Ecoando nossas memórias
E volta

É que a vida tem tantos ecos, ecos
Que pensando estar revivendo
Estamos presos no mesmo momento
Perdidos no eco perpétuo.

Exposição

Pensando bem
A poesia é isso
Um rasgar-se contínuo
É exposição da alma

O que adianta temer?
De que ajuda medir-se
Ser poeta, que eu saiba
É um ofício sem volta.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Vivendo de folia

Quem há de negar,
Que gosta de uma folia?

Uma folia na rua
Para ver a banda passar
E quiçá vê-la tocar
Coisas bobas de amor

Uma folia na janela
A ver um casal espaventado
Trocando rusgas e abraços
Sob olhares e luar

Folia para todos os gostos
Seja onde e como for
Para quem não tem um amor
Acalma-te o coração
Faça folia com a solidão
Chame-a para dançar

Folia na sala, no quarto
Folia na cama, mesa, banho
Folia durante o sono
Folia de olhos teimosos
Olhos que não dormem

Sinta a folia da vida
Seja a folia
Seja a vida
Seja a faísca brilhante
Que ofusca a escuridão

De todas as folias que negas
Há uma que nunca cessa
É essa folia gostosa
A folia do coração.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Petulância

Escrevi uma poesia que desnudou minha alma
Derramei tanta essência naquelas palavras
Que levei quase um dia inteiro a me reencontrar

Era demasiada eloquência sem pudor
E todas essas palavras que falam de amor
Roubaram a minha face por um dia

As escondi no escuro da gaveta empoeirada
E quando em minha mente já não havia nada
Tatuou-se em minha pele a petulante poesia.