sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Prece

Embriagada em aroma de ervas
Eu balbucio minhas preces
Elevado-as na fumaça doce 
Eu balbucio minhas preces

Um elo que une o essencial
Que ecoa na doce memória
Permitindo o entendimento
Vagando por todos os tempos

E o equilíbrio se instala
Na mente e no corpo
Na mente e no corpo
Assim seja, assim se faça!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Old

Na minha mente cores mortas e poeira
Eu gosto de tudo que é antigo e velho
Aprecio as bobeiras mais longínquas
E também as melhores obras primas


Muito tempo cri que nasci em tempo errado
A música do século passado e o folhetim

Entretanto hoje sei que outras vidas vivi
E delas trago mil lembranças e anseios
De todas as artes trago habilidades pueris

O filme de 1902, slow motion, P e B
Em 1953 escreveram uma canção pra mim
Dela hoje me recordo, pois ouvi nos vinis

Old times, other lifes
Saudade de tudo que "não" vivi.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

De Lua

Quero a Lua em meu coração
Eu sei que é muita pretensão
Mas ela é dessas que sabe amar

Quero brilhar na escuridão
Inspirar poeta e paixão
Tenho sempre a pretensão
De me enluarar...

sábado, 1 de fevereiro de 2014

De tristeza também se morre

Sentado e entediado em sua mesa de trabalho
Estava um homem a afogar-se em solidão, coitado

Para mais agoniá-lo, a sua frente brilhava lindamente
O Sol do fim da tarde, deste que nos põe sorridente

O homem enclausurado em suas obrigações e tristezas
Pensou logo no pior e procurando o seu algoz na mesa
Encontrou apenas papel.

Em meio à loucura de tanto papel escrito em miudezas
Espalhou tudo que via, armário, parede, chão e mesa

Surtado, cansado e triste, sem saber o que agora fazia
Sentou-se de testa à janela e chorando em demasia

Suas mãos encontraram um papel, um papel em branco
Papel em branco naquele lugar era de causar espanto

Do nada lembrou-se do lápis que em seu bolso trazia
E antes que pudesse encontrar o desgosto da morte
Desatou em poesia.