sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ar

Dentro, fora e ao redor
Elemento basilar da lida
O elemento primordial
Alimentando a vida

Mudando, fomentando
Criando, comunicando
Elevando as preces

Um suspiro
Um arrepio
Uma brisa

Inspirando conhecimentos e amores
Expirando o medo guardado no fundo
Inspirando fé, calma e respeito
Expirando os males do mundo
Envolta em conhecimentos de ar.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Desígnio

Te desejo amor
Para olhar ao redor
E ver além do vazio

Te desejo amor
Para dormir sereno
E acordar aurora

Te desejo amor
Pela frescura na carne
Pela leveza na alma

Te desejo desejo
De loucura na rotina
De extremos do sentir

Te desejo amor
Porque amar
É a coisa primeira.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Voar

Das coisas que dizem sobre o acaso
Não acredito em nem metade delas
Para as coisas alheias não faço caso
Tecida a teia, virá tudo em hora certa

Interligado está tudo que há na terra
E as palavras ditas importantes são
Os sinais jazem em todos os cantos
Encontrar os dons... Eis a sua missão.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O rei

Tem um leão na minha sala
Inquieto querendo fugir
Tem um puta leão em minha sala
Que pulou de dentro de mim

Abri as portas e o libertei
Ficou parado
Olhou para mim
Eu disse vai
Que a vida lá fora é selvagem
Tem vento, tem sol
Tem gado na pastagem
Vai buscar o que é teu

Não me fez caso
Deu meia volta na sala
E com cara de preguiça
Perguntou como quem arrisca
O que fazer para voltar

Voltar para onde eu perguntei
Tem um puta leão aqui,
Eu mal raciocinei
Ele pulou em cima de mim

Entrou por onde não sei
Incessantemente indaguei
E então a resposta ouvi

"Como sai daqui não me recordo
Mas aqui tem tudo sou
No teu peito me alojei desde sempre
E aqui eu vivo intensamente...
Sou o rei selvagem de onde estou"

terça-feira, 29 de abril de 2014

Dia de chuva

Eu passei o dia à toa
Vendo fotografias boas
Eu passei o dia imóvel
Pensando em coisas e pessoas
Um misto de frio e tristeza
Um sanduíche de incertezas
Minha vida sobre a mesa
Um aglomerado de amanhãs.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Prece

Embriagada em aroma de ervas
Eu balbucio minhas preces
Elevado-as na fumaça doce 
Eu balbucio minhas preces

Um elo que une o essencial
Que ecoa na doce memória
Permitindo o entendimento
Vagando por todos os tempos

E o equilíbrio se instala
Na mente e no corpo
Na mente e no corpo
Assim seja, assim se faça!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Old

Na minha mente cores mortas e poeira
Eu gosto de tudo que é antigo e velho
Aprecio as bobeiras mais longínquas
E também as melhores obras primas


Muito tempo cri que nasci em tempo errado
A música do século passado e o folhetim

Entretanto hoje sei que outras vidas vivi
E delas trago mil lembranças e anseios
De todas as artes trago habilidades pueris

O filme de 1902, slow motion, P e B
Em 1953 escreveram uma canção pra mim
Dela hoje me recordo, pois ouvi nos vinis

Old times, other lifes
Saudade de tudo que "não" vivi.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

De Lua

Quero a Lua em meu coração
Eu sei que é muita pretensão
Mas ela é dessas que sabe amar

Quero brilhar na escuridão
Inspirar poeta e paixão
Tenho sempre a pretensão
De me enluarar...

sábado, 1 de fevereiro de 2014

De tristeza também se morre

Sentado e entediado em sua mesa de trabalho
Estava um homem a afogar-se em solidão, coitado

Para mais agoniá-lo, a sua frente brilhava lindamente
O Sol do fim da tarde, deste que nos põe sorridente

O homem enclausurado em suas obrigações e tristezas
Pensou logo no pior e procurando o seu algoz na mesa
Encontrou apenas papel.

Em meio à loucura de tanto papel escrito em miudezas
Espalhou tudo que via, armário, parede, chão e mesa

Surtado, cansado e triste, sem saber o que agora fazia
Sentou-se de testa à janela e chorando em demasia

Suas mãos encontraram um papel, um papel em branco
Papel em branco naquele lugar era de causar espanto

Do nada lembrou-se do lápis que em seu bolso trazia
E antes que pudesse encontrar o desgosto da morte
Desatou em poesia.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Fluxo

Em minha caverna
A vida pulsa
Em aromas doces
Imperceptíveis algemas

Nos cumes imperfeitos
A vida pulsa
No eterno dançar
De uma dança sem lei

Foi me concedido o poder
Geratriz por natureza
Poderosa por princípio
Em minhas veias a vida pulsa

E dessa vida faço eu
Vidas inteiras!