Sentado e entediado em sua mesa de trabalho
Estava um homem a afogar-se em solidão, coitado
Para mais agoniá-lo, a sua frente brilhava lindamente
O Sol do fim da tarde, deste que nos põe sorridente
O homem enclausurado em suas obrigações e tristezas
Pensou logo no pior e procurando o seu algoz na mesa
Encontrou apenas papel.
Em meio à loucura de tanto papel escrito em miudezas
Espalhou tudo que via, armário, parede, chão e mesa
Surtado, cansado e triste, sem saber o que agora fazia
Sentou-se de testa à janela e chorando em demasia
Suas mãos encontraram um papel, um papel em branco
Papel em branco naquele lugar era de causar espanto
Do nada lembrou-se do lápis que em seu bolso trazia
E antes que pudesse encontrar o desgosto da morte
Desatou em poesia.
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