As pessoas andam enlouquecendo ao meu redor
Ouvi o sábio dizer que perdeu razões, razão e fé
O autossuficiente sentiu falta do amor que dispensa
O louco provou a todos que Deus se existe é mulher
Achei cartas nas minhas gavetas empoeiradas
E fotografias dos tempos bons e da infância calma
Encontrei recortes amassados, pedaços de vida e alma
Da mulher que outrora foi rainha, mas nunca senhora
Sequer de si mesma...
O mar requisitou-me enfim, hoje por motivos pares
Mais uma vez acolhendo a tristeza parca
Que os seres de terra presenteiam aos irmãos
Amostra grátis de dor, decepção e ceticismo barato
Por favor, fumem todos os cigarros
A minha boca seca não os quer mais
Mas o silêncio mais alto do dia
Foi silêncio dormido de dias corridos
Esperei uma semana inteira para enfim dizer
Ao coração inerte e embriagado
Que o teu silêncio não me ofende mais
E que as mãos sujas não me alcançarão
E as palavras navalhas não mais me atravessarão
Porque se ouvidos ignoram chamados
Posso escrever nos teus olhos a palavra dor
E a caneta vermelha que fere
Devolvo amanhã
...
Junto com teus insultos
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