quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Leve som de mordida

Ao cerrar os dentes suavemente perversos
Tendo entre eles um pedaço vivo de pele
Imediatamente segreguei os sons
O relógio, o cachorro na rua e além da brisa
O perturbador zumbido do silêncio
Como mensurar um som tão tátil?
Como tatear a sonoridade do querer?
Embriaguei-me em pensamentos newtonianos
E lembrei-me que não sou boa em exatidões
Cerrei os dentes novamente
Tendo entre eles além de pele, um coração
E enfim ouvi o leve som de uma mordida
Sem identidade propriamente sua
É uma leve mistura de suspiro interrompido
Com um tempero de libido
E cor de amor
E se precisa de algo mais especifico
Para entender a loucura que digo
Morde
E compreenderá cada detalhe
Desse som que não se ouve.

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