Quem na vida dá direito às pessoas de entrarem em ti de tal forma a pensar-te e descrever-te em poesias, em versos, prosas e jornais?
O olho preto fosco morto vivo
O olho preto brilhante sagaz
Conheci alguém magro de espírito
Que tentando encontrar brechas
Brechas de ser e de estar
Adentrou pelo meu frágil olhar
Abrindo trilha proibida
Na mata virgem do meu ser
Produzindo canções do eu
Poetizando a minha respiração
E ferindo piamente o pudor
Da tristeza inerte dos meus dias.
Quem na vida traduz a sua dor e joga na tua cara a tristeza dos olhos negros que embora confusos em luzes de engano possuem um ponto de firmeza?
A dor alheia é mais doce
É musica de baile de outrora
E olhos pequeninos são traje
De festa literária do ser
E quem na vida disse que eu tenho medo de pessoas que usam palavras para infringir luz à escuridão por essência?
E da noite fiz dia com um rabisco
Peregrinei palavras proibidas
Brincando de Deus por uns dias
Baguncei o sistema solar por engano
Presentiei prantos e sorrisos amarelos
Odeio todos os poetas, principalmente os que conhecem o poder que tem as palavras e consequentemente eles, por terem domínio sobre as mesmas. Por suposto (excepcionalmente não me odeio).
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