Seu farmacêutico, por favor
Me dá um Band-aid
Esparadrapo, um cola-tudo
E dois parafusos
- Este último não tem.
Então me dá por favor
Um anti-inflamatório
Uma pomada pra olhos
E um anti-paranóico
- Este último não tem.
Me dê ai um anti-ácido
Uma fanta uva
Um maço de cigarros
E um solvente de dúvidas
- Este último não tem.
Então me dá por gentileza
Um energético
Um calmante
E duas caixas grandes
De anti-timidez
- Este último não tem.
Então vou levar
Somente o necessário
Sossego solúvel
Aspirina pra tristeza
E um remédio de memória
-Este ultimo não tem.
O senhor me desculpe
Mas tenho quase certeza
Que esses trecos que preciso
Tem na sua prateleira
Tem sim senhora
Mas uma Dona sem rosto
Passou aqui em agosto
E levou tudo que tinha
Ela tinha o mesmo sorriso
Exatamente o mesmo sorriso
Triste e perdido
Que vês agora no vidro
Refletindo aflição
E se ela se lembrasse sempre
De tomar os remédios de mente
Desses que seguram a memória
Ia lembrar-se agora
Que está sempre esgotado
Este aparato frágil
Que não resolve mais
Que azia e insônia
Senhor farmacêutico
Lembrei que esqueci algo
Vou-me embora, não levarei nada
Vou procurar essa dona egoísta
Que levou tudo que preciso
Vou tomar minha dose diária de juízo
Dormir e sonhar que não esqueci de tomar
Minha pílula anti- esquecimento
Mas embrulha por gentileza
Aquelas aspirinas, por favor.
Carol, vc escreve bem demais... espero que um dia o mundo leia seus pensamentos lindos... fã sincera
ResponderExcluirCarol, espero que vc continue a escrever assim e que essa poesias seja lida pelo mundo... fã sincera... Mel!
ResponderExcluirEu me senti vestida lendo essa poesia... fã sincera eu sou...
ResponderExcluirmil bjs
Muito legal!
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