Insônia pode até ser mal dos poetas
Mas o meu caso, senhorita, é mais cômico e mais trágico...
O meu mal é viver.
Vivendo sinto na pele todos os dias
A solidão das cidades e a sua devassidão
Dos seus cidadãos inertes e infames
Ganho todos os dias uma nova dor
E ainda me cobram integridade e moral
Durmo se consigo, não se quero
Dormir é para quem consegue fechar olhos
E apagar na retina da inquietude os fatos
Vazios e insanos do cotidiano semi-feliz
Se eu tivesse menos sóbria hoje
Diria até que o meu mal maior, é amar...
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