Conjuga-me
Que este presente foi dado
Conjuga-me
Que o futuro é caso pensado
Conjuga-me
No tempo em que verbalizo esse amor
Descomedido e descompassado amar
Conjuga-me nos tempos de outrora
Conjuga-me agora no mais que perfeito silêncio
Do beijo, do abraço e do coito inocente
De criança que sente que amar é doar-se e só
Conjuga-me, que o meu imperativo é condicional
Condiciono a você o meu presente futuro
E o amor que taquigrafei nestas palavras
E o amor que taquigrafei no teu corpo
E cada mordida intencionalmente libidinosa
Faz parte do indicativo de amar
Conjuga-me e eu vou gerundiando
Até que o nosso infinitivo se finde
No fechar de olhos e no brotar do pranto
Porque no momento longínquo
Em que esse amor não mais imperar
Deixarei de ter palavras e gestos e verbos
Para falar e pensar e andar e sorrir e viver
Conjuga-me
 Porque eu existo nas tuas palavras
Eu já verbalizei este amor, agora é a tua vez
Conjuga-me.
 
que lindo, Carolzinha!
ResponderExcluirOk. Desafio aceito.
ResponderExcluirEu Carolo
Tu Carolas
Ele Carola
Nos Carolamos
Vos Carolais
Eles Carolam
Perturbações à parte, qualquer estudante de letras se identificaria com a maneira escolhida e a eficácia foi certeira. Mais um ponto positivo.
Gostei muito do seu poema.
ResponderExcluirBeijo
Uiii! Assim eu tbm quero ser conjugado! Como sempre, suas palavras são tão lindas quanto vc! Se vc der um ritmo isso vira uma música de muita qualidade. Um Bjo!
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