Era uma tarde séria. Ela havia um compromisso sério, numa sala séria com pessoas sérias. Tinha uma única obrigação, ouvir o que as pessoas diziam para que quando fosse a sua vez de falar ela pudesse fazê-lo com discernimento e conhecimento dos pontos de vistas alheios. As pessoas foram falando, sobre suas coisas sérias de gente séria. Interessou-se seriamente algum tempo pela fala das pessoas, mas não tardou a perder o olhar na janela que dava para uma vida efervescente lá fora. Muitas horas se passaram até que fosse a sua vez de falar. Inquiriram-na. O olhar perdido lá fora, desperdeu-se. Então, lembrou-se que tinha de falar sobre coisas sérias. Falou sobre as flores coloridas da grande árvore lá fora que atraia muitos pássaros e borboletas com o seu aroma e colorido primaveril. A pessoa mais séria daquela sala repreendeu-na, achou desrespeitoso falar sobre coisas não sérias naquele momento. Para surpresa de todos, ela levantou-se e despediu-se. Ainda em total crença de desrespeito, a pessoa mais séria daquela sala perguntou para onde ela iria. E com uma cara muito séria (e calma) ela respondeu que ia sair e sentar-se em baixo daquela árvore para escutar o canto dos pássaros e admirar a leveza das borboletas lá fora, afinal, aquela era uma tarde séria e a beleza mágica da vida era a coisa mais séria que ela conhecia.
Certera prosa y temática.
ResponderExcluirNos leemos.
Besos.